terça-feira, 15 de junho de 2021

Viver no interior é melhor do que parece!

Este tema veio-me à cabeça num dia em que estava a ler uma notícia sobre um projeto que o Município de Bragança criou, Projeto Bragança - Liberdade para Recomeçar, que convidou quatro famílias que pudessem trabalhar de forma remota durante um mês para o seu município com alojamento gratuito e com todas as comodidades para garantir qualidade de vida e a possibilidade de trabalhar remotamente.

Sendo natural do interior do país, este tema é me bastante próximo porque é bom ver que se cria incentivos para se contrariar o êxodo rural. Como sempre vi no interior uma forma de viver diferente, onde me sinto bem e onde a qualidade de vida é muito superior à qualidade de vida das grandes cidades é bom ver que o paradigma está a mudar e que a procura pelo interior está a aumentar dia após dia.

Foi quando me desloquei para Lisboa para entrar na Universidade que comecei a valorizar ainda mais a forma de viver no interior e tive a necessidade de me adaptar a um ambiente totalmente oposto ao que estava habituado, onde a paz e o sossego desapareceram, onde o sólido sentido de comunidade em que há um grande espírito de entreajuda deixou de existir. Senti que a minha qualidade de vida baixou e muito, sempre estive habituado à liberdade que o campo me proporcionava através de desportos de natureza como o BTT e o Trail Running, e de repente vi-me obrigado a correr no meio da cidade sem ter a liberdade que antes tinha e sem ter o privilégio de desfrutar de paisagens únicas como até aqui desfrutava. Mas a pandemia trouxe-me de novo uma vida no interior, onde me senti muito mais seguro e me senti bastante privilegiado de poder estar num lugar sossegado com uma qualidade de vida muito superior, junto da minha família e ao mesmo tempo continuar a estudar e realizar tudo o que antes realizava, mas agora de forma remota. Como eu existiu milhares de pessoas no país inteiro.

A pandemia veio dar aquele empurrão que faltava para que a população a viver no interior aumentasse, devido à possibilidade de teletrabalho, que para muitos vai permanecer derivado à natureza das suas profissões, aos incentivos que alguns municípios dão para que a população se fixe e também devido aos incentivos que são dados para que se crie postos de trabalho, são exemplos de um bom começo para que o interior não fique despovoado e comece a ganhar uma nova vida.

São muitas as vantagens de viver no interior, desde do ambiente sossegado e pacato, um custo de vida mais baixo, um sentido de comunidade único, maior segurança e uma maior qualidade de vida, mas como tudo, também tem as suas desvantagens, como menos ofertas de emprego, ausência ou reduzida frequência de transportes, menor oferta cultural. No entanto, é cada vez mais notório o trabalho realizado em diversos concelhos do interior para contrariar estas desvantagens e melhorar qualidade de vida de quem habita e de quem pretende habitar estas regiões.

Foi também, devido à pandemia, que o turismo do interior teve uma maior procura e um maior crescimento, porque permite fugir dos grandes centros urbanos e evitar grandes aglomerações proporcionando um ambiente mais seguro e ao mesmo tempo uma experiência única de contacto com a natureza. E mais uma vez esta procura pelo turismo no interior fez com que muitas famílias acabassem por se fixar após terem visitado certas regiões e consequentemente levou à criação de novos postos de trabalho e a um maior desenvolvimento destes territórios.

Concluindo, "interioridade é sinónimo de qualidade".

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