Sentei-me ao computador às 23:00 para realizar este
texto, são agora 00:48 e mantenho-me neste vazio de pensamentos. Geralmente sou
boa nos trabalhos escritos, mas neste não. Dentro desta área à base de trabalhos
práticos e criativos, sinto-me segura nos trabalhos objetivos, com apenas
resposta certa e errada, o resto fica na habilidade da escrita. No entanto este
não tem resposta certa, nem acredito que se foque na minha gramática e
construção frásica. Este trabalho será apenas uma reflexão, uma pequena parte
de mim exposta num blog, vulnerável aos olhos de tantos como eu. Mas não o sei
fazer. Em vez de pegar no computador, expor um sentimento e enviar, não, pensei
em temas. Pensei em temas tão gerais e importantes em sociedade, mas nada me
atingia, nada tocava naquele ponto que me fizesse escrever sem parar. Depois
lembrei-me nas reflexões que atingiam, demasiado. Iniciei mais um e outro texto
e não consegui terminar. Não é algo que se escreva para o mundo, não na minha
cabeça. Mas porquê? Li tantos textos de colegas a expor algo profundo de si, os
seus sentimentos não tão agradáveis, ou não tão expostos ao mundo. Não entendo
porque é que não o sei fazer. Não entendo porque é que me é tão difícil admitir
sentimentos humanos. Mandam-me escrever um texto político, farei a minha
pesquisa e ficará bem estruturado e desenvolvido. No entanto, pedem-me um texto
qualquer, algo que me passe pela cabeça e que eu queira partilhar, e nada me
ocorre. Talvez porque partilhar não me faz sentido. Essa vulnerabilidade tão
crua e nua de apenas mostrar como funciona a minha linha de pensamento, a minha
capacidade de reflexão individual ou coletiva. Não é algo um pouco extremo de
se pedir? Acredito que sim.
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