sexta-feira, 18 de junho de 2021

Título em branco como a minha mente

 

Sentei-me ao computador às 23:00 para realizar este texto, são agora 00:48 e mantenho-me neste vazio de pensamentos. Geralmente sou boa nos trabalhos escritos, mas neste não. Dentro desta área à base de trabalhos práticos e criativos, sinto-me segura nos trabalhos objetivos, com apenas resposta certa e errada, o resto fica na habilidade da escrita. No entanto este não tem resposta certa, nem acredito que se foque na minha gramática e construção frásica. Este trabalho será apenas uma reflexão, uma pequena parte de mim exposta num blog, vulnerável aos olhos de tantos como eu. Mas não o sei fazer. Em vez de pegar no computador, expor um sentimento e enviar, não, pensei em temas. Pensei em temas tão gerais e importantes em sociedade, mas nada me atingia, nada tocava naquele ponto que me fizesse escrever sem parar. Depois lembrei-me nas reflexões que atingiam, demasiado. Iniciei mais um e outro texto e não consegui terminar. Não é algo que se escreva para o mundo, não na minha cabeça. Mas porquê? Li tantos textos de colegas a expor algo profundo de si, os seus sentimentos não tão agradáveis, ou não tão expostos ao mundo. Não entendo porque é que não o sei fazer. Não entendo porque é que me é tão difícil admitir sentimentos humanos. Mandam-me escrever um texto político, farei a minha pesquisa e ficará bem estruturado e desenvolvido. No entanto, pedem-me um texto qualquer, algo que me passe pela cabeça e que eu queira partilhar, e nada me ocorre. Talvez porque partilhar não me faz sentido. Essa vulnerabilidade tão crua e nua de apenas mostrar como funciona a minha linha de pensamento, a minha capacidade de reflexão individual ou coletiva. Não é algo um pouco extremo de se pedir? Acredito que sim.

 

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