quarta-feira, 16 de junho de 2021

O AMOR DIACRÔNICO

Quando crianças o amor é uma palavra que não compreendemos, mesmo sendo diretamente afetados por ela. Estamos o tempo todo a ser amados, ou não, pelos nossos pais. Quando crianças vivemos o amor, mas não o percebemos ou compreendemos como quando adultos. Quando crianças, o amor é aquilo que é e o que ainda não é também.

O amor tem o poder de transfigurar o seu valor ao longo do que nós, humanos, chamamos de vida. Em alguns momentos ele surge em relações intensas que parecem nunca ter fim, até o fim chegar. Neste fim vem o sofrimento associado a este intenso amor, que parece também nunca ter fim. O amor se transfigura com o tempo. A importância e o peso que uma relação tem hoje, seguramente terá um peso e importância completamente diferente em 10 anos, quando comparada com todas as outras relações que virão e irão com este tempo. Esse fenômeno não se passa só com o amor, mas também com a dor que o acompanha e é inevitável.

Quando adolescentes ou jovens adultos descobrimos que o amor tem muitas faces, e amamos de jeitos muito diferentes cada um dos nossos amores. O Amor que sentimos pelos nossos pais, irmãos e familiares mudam e transfiguram-se tanto quanto o amor que sentimos por namoradxs, e eles também passam por essa mudança juntos, por que o que nós humanos chamamos de vida, não tem botão de pausa. Quando adolescentes a vida e o amor são vividos intensamente, como se eles estivessem com pressa de chegar a algum lugar, embora com muito receio também, um grande medo do desconhecido.

Acredito que os idosos amem de uma maneira diferente, com muito mais calma e conhecimento, sem medo do tempo que para os jovens ainda é um grande desconhecido. Eles já devem estar acostumados com o amor diacrônico, porque o devem ter vivido a vida toda, e visto diferentes relações terem seu valor transformado com a vida. Sem importar em qual fase da vida estejamos, estaremos sempre a ser impactados por este louco sentimento, mesmo que não compreendamos a si ou a suas transfigurações, seguiremos sentindo.

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